Histórias, reais ou não, de quem ganhou na Loteria

sexta-feira, janeiro 29, 2016 Clovisnáilton

Sabe fila de casa lotérica? Sabe as conversas entre pessoas que nunca se viram, nunca se verão novamente? Sabe... sempre alguém tem um conhecido que conhece outra pessoa que já beliscou um prêmio. Eu, nestas minhas longas horas gastas para fazer minha fezinha, quase que diária, já ouvi muitas, muitas histórias.

Os personagens, assim como o locutor, nunca vi, nunca ouvi falar... mas, em muitos casos, a história é boa!

Agora, te pergunto: será verdade?

Apostadores fazem fila em lotérica na rua Boa Vista, em SP por Mega-Sena da Virada

Senhor Modesto, contabilista.

"Nunca havia jogado em nenhuma loteria... e, quando joguei, ganhei. Mas os fatos que me fizeram fazer esta aposta - que mudou minha vida para melhor - que foram bastante tristes. Eu era casado, esposa muito, muito ciumenta, e com ela tive uma filha. Na década de 80 meu casamento ruiu. Uma crise de ciúmes da minha esposa pôs fim no nosso relacionamento. Saí de casa, fui morar numa pequena pensão. Da minha antiga casa, levei somente a roupa do corpo. Trabalhava numa contabilidade de manhã, à noite ia para um curso e chegava na pensão, morto de fome, e fazia minha refeição num fogão de duas bocas, aqueles com um bujãozinho. A minha ex-mulher entrou na justiça e requereu pensão alimentícia, que nunca deixei de dar. Só que o valor da pensão, juntamente com as contas da casa que era minha - eu pagava água, energia, fazia compras e pagava os impostos - juntamente com os valores para que eu conseguisse sobreviver eram mais, muito mais que o meu salário de contabilista, e eu vivia endividado, pegando dinheiro com os colegas, pagando juros, tudo para tentar me reerguer. Um belo dia, final de tarde, ouvi um colega comentando que a Loto estava acumulada em muitos milhões de cruzeiros. Lembro que havia algumas moedas na minha carteira e, com elas, me dirigi para a casa lotérica perto do serviço e fiz uma aposta, simples. Voltei aos meus afazeres, voltei à minha aula no turno da noite, voltei para minha pensão, voltei à rotina. Passados alguns dias, ouvi, agora na rua, que na lotérica que eu havia feito o jogo, fora sorteado um único ganhador para a Loto, aquela que joguei. Cheguei no trabalho e, novamente, os colegas tocaram no assunto, dizendo que havia uma faixa estendida em frente ao estabelecimento, dizendo que ali fora feito o jogo que um único felizardo levou uma bolada inacreditável, para a época. Na hora do almoço, fui nesta mesma lotérica e vi que eu havia sido contemplado com o prêmio. Não, não há como relatar aqui a minha emoção: o coração saltou à boca, a pulsação, o ataque de tremedeira, um misto de choro, lágrimas, sorrisos, a vontade de gritar... tudo isso, em segundos. Retirei o dinheiro, guardei-o na caderneta de poupança. Com uma parte, deixei com minha irmã, única parente que tinha, para que reformasse sua casa e desse estudos para os meus sobrinhos. Com a minha, adquiri imóveis, montei negócio, mudei, logicamente, da pensão, me presenteei com um Passat do ano, viajei bastante e fui tocando a vida". 

(sobre o texto: o nome do ganhador é fictício, personagens fictícios, história... bem, fictícia também... eu acho!!)

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